abre a porteira
No meu colégio eu tinha uma amiguinha que sempre mandava no jogo. Era ela quem escolhia quem podia jogar, ia tirar o par ou ímpar, ficaria na melhor posição. Na verdade, ela escolhia quem ia participar da brincadeira...
Passaram-se anos, e eu descobri que até hoje tem gente com esta menininha dentro de si. Por exemplo, eu tenho uma vizinha que parece que ela está sempre escolhendo o time do jogo de queimado quando eu vou na casa dela.
Casa que é casa, tem que ser generosa: "Minha filha, quanto mais se dá, mais se recebe...", me dizia sabiamente a minha vó Nilza. Casa que é casa, aqui na roça, tem que servir cafezinho para todo mundo que passa pela porta. Se tiver um bolinho e um banquinho no canto da cozinha para acomodar e escutar, melhor ainda.
Em minhas andanças por esse enorme país eu aprendi que quanto mais distante, quanto mais simples, mais generosas se tornam as casas. Mais sinceros são os sorrisos para quem chega, para quem vai, para quem sequer outro dia apareça. Casas tão simples, mas com tamanha acolhida que chegam a se parecer palácios.
Então, minha vizinha, receba qualquer pessoa em sua casa sem escolher quem vai arremessar a bola no meio do campo. Abre a porteira da sua casa, abre a porteira do seu coração, não importa se a xícara, o pratinho ou o paninho estão bonitos. E eu te garanto: você vai receber em dobro!
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Tô, rabugenta né?
+++ Daqui a pouco eu volto para mostrar o que eu ando aprontando aqui no meu ateliê.
(*) Para quem gosta de beringela, aaaaaaiii que delícia!!!
(**) Para a criançada quem ainda está de férias.
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